sábado, 24 de julho de 2010

o vento

A ignorância deturpou a ingenuidade e consumou o fim com lembranças e flagelos que desgastaram o sossego. Nada fez com que retomasse com a vida medíocre, pois tudo, naquele instante, era insuficiente. Sobre suas costas, carregou um mundo e mortes.De seus olhos, o negro, o abismo, rouba o brilho e desfigura as imagens que antes te dariam sorrisos. Entre tantas incógnitas e desencantos, esperou tudo que antes era terno desaparecer em meio às chamas e ruínas de um mundo que ruiu quando a noite-desgraça ceifou a vida. A agonia na carne, o estado catatônico, as cinzas. O amanhã mergulhou na noite eterna e o sol não se ergueu. O mundo não experimentou o brilho da luz refletido no orvalho fresco. Ninguém que dormia se ergueu de seu sono, pois pela manhã, assim como seus sonhos, seus corpos foram dizimados. A tempestade que cai das nuvens tóxicas engasgam os gritos, os trovões abafam os gemidos dos moribundos que aguardam que suas vidas se esvaiam e tragam o descanso. A mente sofre a perda do amor e do futuro. Nenhum muro erguido foi suficiente para deter a ameaça que veio do céu. Nada impediu o vento queimar a carne e pulverizar a vida.

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