sexta-feira, 16 de julho de 2010

inferno

Homem máquina, homem consumo. Dento de suas carcaças cansadas, lutam por coisas que nem se quer, sabem o seu significado. Produzir. Pagar. Calos, por algo que tuas mãos, rígidas, produziram. O suor derramado. Cada gota é desperdício, é sangue. Acordar, correr, trabalhar. Sua doutrinação, ter que consumir! Trabalhar para alimentar um padrão de liberdade fingida. Lucrar para aqueles que nunca suarão a camisa. Calar-se diante daqueles que gastam as vidas sacrificadas em nome do consumo. Sete da manhã, início do expediente, inicio do inferno. Suportar aquele, que detrás de uma mesa, coloca grilhões. Seu cheiro caro, seus sapatos que custam mais que cabeças, seu rosto limpo, seu sorriso branco. Mãos que nunca ficaram ásperas por conta dos esforços. Seu sorriso, despreocupado por não ter que pagar dívidas que custam vidas, prestações, e contas que nunca cessam. Este sujeito te causa nojo, asco, vontade de estrangular sua boa aparência. Um café requentado num refeitório cheio de fedor abafado de transpiração. Tantas cabeças que foram iludidas com a pretensão de se tornarem, também, patrões. Inimigo. Sustento, palavra miserável. Agora eu entendo o significado do conceito de eternidade. Agüentar o inferno te faz entender o significado de muitas coisas.

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