sábado, 27 de março de 2010

enigma

Defesas construídas baseadas na hipótese do nunca mais. Palavras esmigalharam o escudo atirando os cacos ao infinito. O enigma trouxe a crise e o consolo, fecundou o sonhar de uma mente embriagada com seus toques e sussurros, libertando um turbilhão de desejos adormecidos no âmago e que, há tempos, suplicavam para serem esquecidos. Tudo demasiado confuso. Todas as mordaças foram arrebentadas, assim como os grilhões que acorrentavam aquela esperança no fundo do abismo. O êxtase dominando os atos. O raciocínio, aos poucos, sendo atropelado pela enxurrada ensandecida de vontades que ganhavam vida após o despertar. O enigma foi jogado, arrebatou a carne com dúvidas. A memória de um aroma, único como só ele, acabou sendo diluído em lágrimas que escorriam formando um córrego de possibilidades. Desabafos contínuos, toque acolhedor. Palavras que não eram ditas há tempo foram derramadas repetidamente. O gosto, a saliva, o suor, o abraço... Na manhã seguinte, a despedida.

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