quinta-feira, 29 de abril de 2010

obsessão

Eu desafiei um mundo por causas que achava serem coerentes. Pus-me a seus pés, jurei ser servo, amante, companheiro. Joguei-me sobre seu corpo e provei de inocência e descoberta. Entre suas entranhas, senti desejos. Provei cada gota do que me oferecia em troca de minha juventude. Sua pele por batalhas. Travei conquistas, tentando atrair seus olhares de aprovação e caricias, como um cão que procura agradar seu dono. Os sorrisos sempre me fascinaram. Seu império foi erguido à custa de vidas e de meus tormentos. Sentenciei minha alma ao inferno por querer provar de seu amor. Troquei o paraíso por suas palavras. Mas agora meu sangue derrama e nenhum toque, tenho, para me confortar. Quando precisei de seus braços me abandonou. Os abutres arrancaram meus olhos, mas seu rosto ainda está fincado em cada memória. As areias que irão me engolir serão as mesmas que destruirão sua beleza e colocarão seus muros abaixo. Os caprichos fúteis que você preferiu, ao invés de ter o meu sincero abraço, será sua maldição. Sua obsessão pela vaidade te fez monstro

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